quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Claudia Andujar


“Eu sempre procuro me aprofundar e chegar à essência das coisas, me posicionar diante delas, e isso acontece até dentro do meu apartamento. É uma procura constante, uma responsabilidade. Estou vivendo um momento em que tento entender a razão da vida. Acho que formalizo tudo isso também na fotografia.”
Claudia Andujar

Claudia Andujar nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 1931. Vivenciou a Segunda Guerra Mundial, perdeu o pai e familiares em campos de concentração na Hungria. Fugiu com sua mãe para os Estados Unidos e, em 1955, mudou-se para o Brasil.
Documentou os índios Carajás, o que a levou a seguir carreira de fotojornalista. Trabalhou em algumas revistas como “Setenta”, “No Olhar” e “Realidade”, onde teve a oportunidade de trabalhar com os Ianomâmis.
Na década de 1970, intrigada com o modo de vida desse povo, abandonou sua carreira e passou a viver por longos períodos com estes índios.
Claudia testemunhou a construção da estrada transcontinental, a devastação de aldeias e o impacto cultural que esta causou. Presenciou, também, a epidemia de sarampo que se instalou sobre eles, fazendo com que aldeias inteiras sucumbissem à doença.
Nos anos 1980 vivenciou a invasão de milhares de mineiros ilegais que trouxeram com eles mais epidemias, dentre elas a malária, causando a morte de cerca de 20% da população Ianomâmi entre 1980 e 1990.
Ajudou a criar a Comissão para a Criação do Parque Ianomâmi, da Comissão Pró-Ianomâmi, que somente após quinze anos de campanha conseguiu com que o governo demarcasse mais de 96 mil km2 de terras que seriam destinadas à proteção e ao uso pelos índios.
Seu trabalho ajudou a divulgar a devastação trazida pelos estrangeiros, os conflitos entre índios e garimpeiros, a luta por reconhecimento e demarcação de terras, sempre com um olhar humanista e poético.